UM POUCO MAIS
— Há muito tempo que não escrevo.
A última vez foi ali por volta de 1956,
1957. Escrevia por necessidade
de me exprimir.
Desde então tenho me utilizado
da palavra escrita como atividade profissional,
por necessidade de ganhar a vida.
Mas não chamo a isso de escrever,
como ato de criação artística.
_ É sempre deliberado
o seu ato criador?
Ou você de repente se vê
escrevendo? Com Clarice Lispector
é sempre uma mistura. É claro que
ela tem tem o ato de dor,
mas precedido por uma
coisa qualquer
que não é de modo algum deliberada.
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